Lembram da frustração geral aqui no RN quando perdemos a sonhada refinaria para Pernambuco? Pois bem. À época, eu lembro que cheguei a veicular algumas notas na coluna que mantinha no jornal Diário de Natal ouvindo gente que entendia do assunto. Nestas notas, tentava reduzir a frustração afirmando que o projeto da refinaria (que ganhou o nome de Abreu e Lima) era pretenso engôdo, por dois motivos: O primeiro é que refinar por refinar, aqui no RN nós já fazíamos isso e tínhamos capacidade de fazer ainda mais, o que terminou virando realidade, com a minirrefinaria Clara Camarão em Guamaré.
O Segundo motivo é que o acordo que viabilizou o projeto na terra do então presidente Lula envolvia a estatal venezuelana PDVSA e era passível de vários questionamentos sobre sua viabilidade econômica e principalmente sobre sua necessidade premente, tanto para a Petrobras quanto para a própria companhia chavista.
Pois bem, o jornal Folha de São Paulo de hoje traz uma reportagem na qual dá conta da iminente desistência do projeto por parte da PDVSA, atolada em dívidas e nas loucuras nacionalistas do comandante Chavez. A Petrobras anuncia um prazo até o início de setembro para a estatal de lá confirmar seu posicionamento mas vocifera que fará a refinaria pernambuca "de qualquer maneira, com ou sem PDVSA". Vale conferir.
Num tempo em que nos vimos às voltas com um projeto que foi disputado em cenário nacional e cuja viabilidade econômica ficou comprovada exatamente por este interesse, há que se perguntar: teríamos pulado uma fogueira?
