Temos assistido aos telejornais e noticiários de todo o mundo o problema que tem atingido o país símbolo do capitalismo mundial, os Estados Unidos da América. Mas o que todos têm reportado é que existe uma crise na economia, e pior, no país canarinho, o país do Penta, nós, o Brasil.
Mas eu pergunto ao leitor: Será?
Por que será que todos têm reportado a existência de uma crise financeira em um país com tanta firmeza na economia, com uma economia cada vez mais forte, capaz de sustentar a crise de 2008 com tanta destreza e habilidade, e ainda por cima, num momento pós-2008 sofrer pouco impacto de um emaranhado de notícias sobre o mercado financeiro e nem sequer se abalar.
A resposta é simples caro leitor: Não há crise. Isso mesmo, não há crise.
O nome crise tem sido divulgado erroneamente pelos grandes tablóides e grandes noticiários mundo afora. O que existe é sim, e isso não há como negar, uma defasagem na capacidade de pagamento das dívidas do país do Tio Sam. Como falei no post “Entendendo o risco de default dos EUA”, o que existe é uma perda no poder de pagamento do país, em função das diversas dívidas feitas em governos anteriores. O atual presidente, Barack Obama, teve a infelicidade de ter que “pagar a conta” dos seus antecessores. Foram anos de guerra, de gastos com crescimento, com reconstrução de localidades devastadas por combates, por fenômenos naturais, entre uma série de outros fatores, incluindo escândalos políticos.
O Obama não apenas teve a infelicidade de ter que arcar com os prejuízos, mas ainda por cima, teve a popularidade abalada por não ter conseguido convencer a maioria de seu próprio partido no momento em que precisou ter a votação a favor de seu pacote de melhorias econômicas, teve a maior parte dos votos do partido de oposição, e isso só aconteceu aos 49 minutos do segundo tempo do jogo. Que vergonha para ele. Pobre presidente da capital do mundo, em plena reta final rumo à campanha eleitoral, o seu próprio partido não aprova suas idéias. Perda de popularidade o faz ir à coletiva de imprensa hoje, dia 08 de agosto de 2011 dizer que o rebaixamento do seu nível de rating, de AAA para AA+ pela Standard & Poors, uma das agências classificatórias de risco, fora sido pelo fato de a agência ter percebido essa falta de sinergia política em prol do bem de toda uma nação.
O que acontece com os mercados desde a semana passada, em que houve o rebaixamento do rating do país, é um pânico por parte dos investidores no mundo inteiro. O que fez com que eles tivessem maior aversão ao risco, saindo de títulos de renda variável, bolsas de valores, etc, e procurando papéis mais seguros, com baixo risco, papéis de renda fixa. Ponto positivo para o Brasil, maior taxa de juros do mundo. Porém, a BM&FBOVESPA, nossa bolsa de valores, sofreu quedas acentuadíssimas na quinta-feira, na sexta, hoje e ainda está em tendência de baixa.
Mas o nosso país não tem crise, tem? Não, não tem, e muito menos as empresas que têm ações listadas na bolsa sofrem por isso, pois as ações que lá são negociadas estão no mercado secundário, onde não mais se injeta dinheiro no caixa das S.A. de capital aberto.
Essa pergunta é a que muitos investidores me têm feito: “As empresas estão quebrando?” Claro que não. Dizer que a bolsa está caindo não significa dizer que as empresas estão quebrando.
O que muitos vêm como problema, alguns vêm como oportunidades. Momentos de baixa da bolsa são ótimas oportunidades de compra de papéis, principalmente aqueles que estão subavaliados pelo mercado, em outras palavras, baratas.
Adm. Roberto Davi Miranda
Agente de Investimentos autorizado CVM.
e-mail: robertodavi22@hotmail.com / Twitter: @rdavimiranda