Não resisti e tive que escrever um post sobre os números do comércio varejista em 2010, divulgados na manhã desta terça-feira pelo IBGE. Primeiro, relembrando: o estado cresceu, em dezembro, 5,4% no “comércio varejista (que exclui, os segmentos de Automóveis e Materiais de Construção) e 14,4% quando se fala em “comércio varejista ampliado” (que considera os dois itens). Pois bem. Vamos por partes. Primeiro é importante registrar que o IBGE faz a diferenciação entre os dois por entender que os segmentos de Materiais de Construção e de Automóveis impactam de forma muito forte o percentual geral de vendas, pelo fato de serem setores com alto valor agregado.Ok.
Não vamos aqui entrar em discussões estatísticas. Mas, vamos analisar os dados friamente. Primeiro: esses dois segmentos são, obviamente, muito importantes para as vendas de dezembro, e não apenas por seus valores agregados, mas é porque é em dezembro que se compra mais carros (muitas promoções das revendas) e principalmente materiais de construção.
Não esqueçamos, também, que estamos falando de crescimento de mês sobre mês, ou seja, crescer 5,4% ou 14,4% em dezembro deste ano é crescer sobre dezembro do ano passado, quando também se tem um período de boas vendas. Para completar, especificamente em 2009 os números foam muito bons, na esteira de o país, e o estado, estarem retomando fortemente a aceleração depois da tal crise financeira mundial.
O penúltimo ponto a se ponderar são os percentuais de crescimento do ano como um todo: foram 9,2% e 12,3% para varejista e varejista ampliado, respectivamente. Que atividade econômica, no mundo, cresce tudo isso? Será que dá para querer mais, ou muito mais, num estado que passou 2010 praticamente estagnado no que diz respeito a investimentos públicos, por ser um ano eleitoral? Eu respondo às duas perguntas: nenhuma, pelo menos não for a da China, e, não!
Para finalizar, vamos aos que, para dizer que os números não merecem comemoração, comparam os dados com as médias nacionais. Para não me estender muito, só registro que, ao longo de todo o ano, o estado do Tocantins teve, como menor índice de crescimento de vendas, o que foi registrado lá em junho, com nada menos que 28%! Fora isso, percentuais de crescimento como 48%, 53%, 58% e até 71% foram recorrentes. Dá para ter como parâmetro um percentual nacional inflado pelo impacto das obras estruturantes federais e estaduais realizadas neste e em outros estados? Não dá, né? Portanto, um brinde aos números do comércio do RN em 2010.
