O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central anunciou nesta quarta-feira (29) o aumento da taxa básica dos juros de 12,75% para 13,25% ao ano, uma nova alta de 0,50 ponto percentual. Foi o quinto aumento consecutivo da taxa Selic, que segue no maior patamar desde 2008.
Os juros básicos são os principais instrumentos que o sistema financeiro de um país tem para monitorar a economia. A elevação da Selic influencia na distribuição dos recursos que circulam pelo mercado. Quando os juros são altos, a comercialização dos títulos da dívida pública torna-se mais atraente, canalizando o interesse dos investidores para compra desse material. É um ramo que rende mais recursos financeiros que são retirados dos investimentos e passam a ser destinados ao capital especulativo.
Sem investimentos a economia não gira e não há recursos em circulação para operar na geração de empregos e renda. O aumento da taxa de juros funciona como um mecanismo para conter a inflação, que atualmente está em 8,25%, segundo apontou o Boletim Focus, divulgado pelo Banco Central nesta segunda-feira (27). A esperança do governo agora é tentar frear o consumo, considerado o grande vilão da inflação, e obrigar aos outros setores do mercado a aumentar as demais taxas de juros.
Com o crédito mais caro fica difícil para as empresas viabilizarem seus investimentos, e principalmente, mais difícil para o consumidor alimentar a economia. Assim o país fica mais propenso a recessões, afirmação é confirmada pelo aumento na taxa de desemprego, que subiu de 5,9% para 6,2% no mês de março, segundo estudo divulgado nesta terça-feira pelo IBGE.