A presidente Dilma Rousseff vetou nesta terça-feira (20) a correção de 6,5% na tabela do Imposto de Renda da Pessoa Física. Em maio do ano passado a presidente já havia enviado para o Congresso um projeto determinando a correção da tabela do IR para 2015 em 4,5%. O Congresso segurou esse projeto e agora devolveu com emendas propondo reajuste de 6,5% para se aproximar da inflação de 2014 que ficou em 6,41%.
Com o veto da presidente, e mantido o reajuste de 4,5%, quem ganha a partir de R$ 1.868,22 estará obrigado a fazer sua declaração de imposto de renda até o dia 30 de abril.
A falta do reajuste é extremamente prejudicial porque, dedes 1996 quando a correção deixou de ser automática pela inflação, a inflação acumulada já passa dos 200%, enquanto isso a tabela do imposto de renda foi reajustada em menos de 95%. Há uma defasagem de mais 100%. Se tivesse sido mantida a regra anterior, hoje, no Brasil, quem ganhasse até R$ 3.750 estaria isento do IR. Na regra atual quem acima de R$ 1.868,22 é obrigado não só a recolher, na menor faixa que é de 7,5%, mas também fazer a declaração de imposto de renda. Termina sendo uma mordida maior do leão nos salários.
A parte boa da notícia é que tributar renda é, segundo especialistas, um caminho menos cruel para a economia do que tributar consumo; talvez esse arrocho na tabela de imposto de renda seja o indicador do novo caminho que o governo federal quer seguir, passar a tributar mais a renda e menos o consumo.